Passeando pela vida, Helena encontrou árvores que lhe dão mais ouvidos e traz mais paz e silêncio do que se pensou ter um dia. Em respeito, cuida de ouví-las de igual modo. Seu silêncio é ensurdecedor. É natural ser ouvidos e voz. Inteligente mesmo é ser menos voz. Pra ver o mundo todo conectado e sentir-se tão à vontade como é de fato de interesse do Universo.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Te extraño mucho.

Sim, experimentei ser amor, ter amor, compartilhar vida.

Começou num paraíso com banho de chuva e eu te amo.

Terminou como num verão intenso quando chove 3 dias ininterruptos.

Hoje fico com as lembranças do que foi e com a vontade do que ia ser.

Penso nos paradoxos, penso na feicidade, sinto o carinho e ainda possoo me lembrar do cheiro teu. Cada detalhe que faz falta eu sinto com saudade, carinho e raiva ao final.

Como superar o amor?

Com outro amor só indica a reprodutibilidade ou numa ideia menos fria, outro amor indica novidades. Mas novidades não são sempre novas.

Há coisas e sentimentos mascarados ou que mascaramos.

É difícil pensar nisso tudo com a mente carente, o coração ressecado, o olhar murcho. A vida está em sepia. E isso só é bonito na fotografia. Porque a vida pede cor, brilho, movimento.
Sei que sou amor.E o amor quer companhia, o amor nunca é só, mesmo se o amor morar em um único corpo.
O amor prefere ser compartilhado. E ele está em cada respiração do amante. Está principalmente no que sai: voz, gesto, lágrima, expressão, fluídos corporais, o amor é bem expressivo.
Sai pelos olhos, coração.
Cuidado quando aparece voizificado. Às vezes é só um disfarce, um desequilíbrio de alguém, mas pode ser dúvida também.
Mas principalmente, o amor quer ser morada. Ele não pode ser julgado, mandado nem exibido. Sabe-se que ao amor não se pede nada muito menos que fique.
Volátil, o amor se vai, para que não o guarde em lugar algum, o amor não é prendido, mas usado.
Usado até a exaustão, o amor pode ou não acabar.
Às vezes apenas dorme. Outras vezes muda de lugar e outras quer apenas visitar, passear e pode não querer voltar.
Sim.
O amor dividiu-se em milhões de partículas para caber em nós dois, mas não coube.
Se sobrou ou se faltou pedaços é uma interrogativa que não cabe. Provavelmente a fragmentação causou danos que só se reparam na completude de um terceiro.
Até quis ser 3 para distrair a solidão de ser só 2. Ele não quis a honestidade de ser livre porque preferiu a escuridão de enganar.
Desenganos são tristes. Parece morte. Aliás, é morte.
O que morre? A clareza, o gostoo pela transparência.
E a transparência não se mistura com as ambiguidades das palavras. Dizer todas as experiências do dia para o outro é diferente de ser honesto, limpo, verdadeiro.
O amor afinal é tão frágil e corajoso quanto escrever a lápis. Lápis é apagável, e se molhar não borra como a tinta da caneta.
A borracha até consegue apagar a grafite no papel, mas as marcas no papel recém apagado e no papel de baixo estarão presentes, como que dizendo "eu estou marcado pela outra página".
Agora devo escrever sobre a página afetada ou arrancar, amassar e jogar fora?
Quer saber, nem comprando outro caderno, ou seja, amando outra pessoa, as marcas de lápis serão extraídas.
Nada que foi afetado permanece como é.

3 comentários:

Se desprender do que não serve.