Passeando pela vida, Helena encontrou árvores que lhe dão mais ouvidos e traz mais paz e silêncio do que se pensou ter um dia. Em respeito, cuida de ouví-las de igual modo. Seu silêncio é ensurdecedor. É natural ser ouvidos e voz. Inteligente mesmo é ser menos voz. Pra ver o mundo todo conectado e sentir-se tão à vontade como é de fato de interesse do Universo.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Des-bloqueador solar nas almas sombrias


Ano do Sol.

Há um drama corrente no pensamento Dela.
Ela que não quer ser mais do que o pouco que já é.

Ele não consegue se conectar com o universo de escolhas, não sente parte com a Natureza, se isola em pensamentos e os prende em papéis avulsos.

Ou seria essa última a parte integrante com Ela? Ela que sempre se confunde com sua criação. Nada mais justo então!
Livre-se disso ó mãos criadoras! Não se limite a tuas pessoas.
...
Há o desencanto. E a paciência de saber que se pode tudo. Em cada tempo.

Conhecerá - pois se abriu para tanto - o poder do Sol em contato com a mística do Mundo.
Ele se deu presente maior neste último dia contado. Calendários marcando seu destino. O Mundo em movimento regendo suas sensações. Agora, o calor, o vento gelado noturno, o dia mais cedo, a noite mais tarde. A criatividade quem vem pela regência da estrela majestosa neste planeta. Os prazeres libertos, os desejos mais perto, palpáveis ao menos. Realizar-se será mais fácil neste tempo que atende por doismilenove. Ele ao menos sabe que conseguirá se desprender de sua armadura, de seu escudo protetor, das estranhas sensações de perda, de impossibilidade, de privação de seu ócio. Ele passa pelas redundâncias de olhos vendados. A sua razão fria e o ameno sentimentalismo o faz dormir. E não mais acordar nesse mundo. Acordará ao sabor do Sol tão somente. E que os ventos que indiquem com encanto e desprendimento os caminhos todos e tantos. Um exercício a seu raciocínio mecânico, sistemático e narciso.

Ela lhe deseja felicidades. Não por ser dia último de contagem. Não por ser dia primeiro se vier. Não por ser nada do que se diz e pensa. Lhe deseja felicidades por querer estar perto. Seu mundo cabe sua criação como só um mundo florido e cheio de portais pode ser. E quem sabe, as asas libertinas de seus personagens ganhem vida e alcancem vôo com o vento dos desejos próprios.


Com a honestidade de quem é sincera e nem sempre encontra as melhores e adequadas palavras para o que a cabeça e a língua oferecem, desejo às desejosas almas calma e força. E nessa nova oportunidade de janeiros e carnavais à natais e viradas
não hesitar é fundamental.

Sorrisos cheios de luz para todos. Que com o vento, a mensagem chegue aos destinos certos. Um saboroso beijo.




segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Eu queria estar bêbada agora.

Um amigo pela madrugada e diálogos de cansaço e insônia.
Corpo cansado mas não quer dormir. E o céu por aqui escuro, estrelado, nuvens como véu.

E quando bate aquela vontade gritante de abraçar quem se ama? A distância é cruel e castradora. Impotência não é nada agradável.

Praia do Espelho e abriu-se o baú de lembranças. A poeira da infância foi retirada, pois Ele, com sua sabedoria até do que não conhece fez-me olhar e sorrir posteriormente.

Jambo, abacate, pêssego, laranja, canela, milho, cana, café, girassol, borboletas...

Na época do pêssego o quintal tinha o melhor cheiro do mundo. O pé de canela recheava a casa constantemente, era só bater um vento... o pé de canela ficava no início do longo corredor que dá acesso a cozinha. O cheiro desconhecido do pé de canela e a explicação fria e passada do doce cheiro que se é. Pêssego... "e o pêssego.... é cheiroso mesmo como falam ?" Como fazer valer toda a adoração infantil da flor do pêssego? Do gosto e do cheiro adocicado do jambo? "a flor do pêssego é incrível toda pequenininha, branca, pétalas firmes e cheirosas", "das flores, os pés de girassol eu me acabava e me perdia, sempre brinquei no canteiro, com as borboletas me divertia, agora... há carros e pedras no chão, o mais natural que tem são algumas poucas plantas em vasos gregos.
Toda essa maravilha e a questão: "como vc consegue olhar para isso e não sorrir?????"
O desencanto de quem nunca sentiu o cheiro da canela, do pêssego nunca pegado no chão, nas borboletas pouco vistas... E a satisfação Dela contar-lhe, compartilhar toda essa memória e não sorri pela ausência, mas pelo desespero de não ter mais.
E quase sentir o cheiro das frutas.
E sorrir. Sorrir em contentamento pela partilha.

"Quando criança, adolescente ainda, experimentei o vento sobre corridas com cavalos, cheiro de leite pela manhã cedo, cedinho, cheiro de fogão de lenha, cheiro de arroz cozinhando em panela de barro, gritos de alegria e corridas malucas em direção ao pequeno lago, banho quentinho de balde, alí, atrás da casa mesmo, louças quase mal lavadas e o avô ensinando tirar gordura com areia". "Eu estou sempre perto Nick". O sentido de ter sentido, mesmo que em outra ordem.

E Amar atentamente. Abertamente.

São conversas tantas que valem a pena. E é só o que compartilho agora. Há tanto.
De mim e de ti. De nós. Juntos, separados.
A inspiração acabou junto com a despedida. Quem sabe retomo essa e outras histórias dessa madrugada florida derepentemente por Ele. E sorriu. Muito. E dormirei tão tranquila como se pretende uma criança cansada de brincar no quintal frutífero.

sábado, 27 de dezembro de 2008

PrOjEtOs


Possibilidades tantas de interferir na realidade e mudar o contexto, fazer valer a pena todos os livros lidos, os teóricos estudados, meus próprios pensamentos. Esforços em vão? Não quero disperdiçar - já que ainda tenho - tempo. Quero pensar e articular certamente e corajosamente as projeções. Há o que vem de lá. Sempre há e é bom que isso aconteça, não teria sentido o contrário. Somar conhecimento é juntar as lembranças de um outro tempo, é reviver um sentimento que parece há muito ter ficado dormente. Mas o outro, o outro nos vem com idéias e constatações mesmas. É uma espécie de memória. Amigos são parte de nossa memória ideológica. Educação. Crianças. Sala de aula. Conhecimento. Amor. Sexo. Política. Politicagem. Viagens. Pessoas. Passados. Ocupação. Reitoria. Estudante. Universidade. São tantos os temas. Há tanto a discutir. Mas há o que fazer também. Aliás, o que fazer? Silêncio e análise. Não há novidades então me calo e ouço. Re-ouço. Pensando que poderia ser de outra forma. Não da minha, nem da deles. Poderia ter mais arte. Já que só expressaram palavras estéries, palavras que não tem forma nem ação. Quero derramar sentimento de ação. As palavras e suas asas finalmente livres, transcedentes, reais, coloridas, ativas e formidáveis. Filosofia para criança. Criança se preocupa com dualidades. Existe ou não existe? Porques das coisas? Arte e apredizagem? Confusões tantas e quem vai responder a isso? Eu? Eu de cá com palavras e pensamentos meus.

São projetos. Que sejam ao menos dignos e universais.

*A princesa de Elomar saiu do castelo e passou pelos reinos de Vinícios de Morais, de Cecília Meireles, de Evandro Correia, do personagem do Nordeste...

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

De férias pra cima.

De cá para lá, vou andando sem muitas palavras.
Sem sentir seus sabores.
É preciso o contrário. Comê-las. Sentí-las tão perto e amigas minha.
Sairei com aquele receio todo de tudo dar errado e aquela esperança tola dos otimistas por acaso.
Falar com palavras tão bem pensadas... escrever quando se tem ao menos alguma certeza. Nem que ela seja tão errada quanto pensar que eu sou só isso.
Transeunte na minha própria rua.
Devo sê-la. Como só uma rua pode ser.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Volta.


Corpo dormente.
Corpo.
Dor.
Mente.
Anestesia local ou geral?
Encarar o real com que prazer?
Não responder também serve de fuga. E passa como se não tivesse participação. É uma questão de relevância, e nem sempre tem.