De como uma notícia traz à tona uma espécie de sentimentalismo chocho.
É assim, você primeiramente não quer saber.
Depois dá uma curiosidade.
Aí você se convence a superar a curiosidade e transformá-la em indiferença.
Ok.
Tempo. Tempo. Tempo... e você já está amiga de Khronos.
Respira-se fundo, expira liberando ar quente.
Quente e ardido pois é preciso que saia.
Então, percebe-se um pouco de corrosão lá no teu íntimo, no mesmo lugar onde você sente friozinho na barriga às vezes. E sente que pomada não resolve.
Nem chá de umburana.
Depois do exercício de respiração e com o diagnóstico feito, você sente o amargor na boca, sente a língua dormente.
E logo sabe que não é um torrão de açúcar que adocicará.
Nesse momento a notícia impactou partes em você até antes desconhecidas.
Sim, há lugares em nós que não se abrem sem chave.
É o momento de recordar, de se enraivecer, de emanar más vibrações (porque não é honesto aqui dizer a mentira), de se comparar a um quê que você nem sabe o que e, de respirar mais fundo 10 vezes seguidas.
Então perceber cada pensamento desequilibrado que acabou de ter.
Sim, você se desculpa por ter pensado isso e tenta desfazer emanando agora boas vibrações que no fundo não são totalmente verdadeiras.
Mas...
O tempo você sabe que te ajudará a esquecer... só não contava com o amigo e sua língua afiada tentando sabe-se lá o que. E repensa o poder das informações, principalmente aquelas não perguntadas.
A notícia se dissolve em sua vida tal qual anti ácido num copo d´água e shiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii lá se vai aquele lugar teu guardado exclusivamente para as boas memórias.
Está tudo ensopado de notícias da nova vida nova sem você e os planos.
E é exatamente nesse mundaréu de água alheia que você rema, sobre na prancha, pega uma onda, tira onda num tubo, e deixa ser levada até a areia, porque exatamente agora você percebe que a praia não era A melhor. E ganha pontos ao encarar-se de frente a um reflexo nessa água de notícias que nadar importa mais que ficar boiando de cara pra cima.
E o Khronos amigo teu abraça-te e deixa-te aos cuidados de ti mesmo.
Das notícias que não se pedem, pouco se fala, pois muito se constrói em pensamento.