Passeando pela vida, Helena encontrou árvores que lhe dão mais ouvidos e traz mais paz e silêncio do que se pensou ter um dia. Em respeito, cuida de ouví-las de igual modo. Seu silêncio é ensurdecedor. É natural ser ouvidos e voz. Inteligente mesmo é ser menos voz. Pra ver o mundo todo conectado e sentir-se tão à vontade como é de fato de interesse do Universo.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Do não adeus.

De como uma notícia traz à tona uma espécie de sentimentalismo chocho.



É assim, você primeiramente não quer saber.
Depois dá uma curiosidade.
Aí você se convence a superar a curiosidade e transformá-la em indiferença.
Ok.
Tempo. Tempo. Tempo... e você já está amiga de Khronos.


Respira-se fundo, expira liberando ar quente.
Quente e ardido pois é preciso que saia.
Então, percebe-se um pouco de corrosão lá no teu íntimo, no mesmo lugar onde você sente friozinho na barriga às vezes. E sente que pomada não resolve.
Nem chá de umburana.
Depois do exercício de respiração e com o diagnóstico feito, você sente o amargor na boca, sente a língua dormente.
E logo sabe que não é um torrão de açúcar que adocicará.
Nesse momento a notícia impactou partes em você até antes desconhecidas.
Sim, há lugares em nós que não se abrem sem chave.
É o momento de recordar, de se enraivecer, de emanar más vibrações (porque não é honesto aqui dizer a mentira), de se comparar a um quê que você nem sabe o que e, de respirar mais fundo 10 vezes seguidas.
Então perceber cada pensamento desequilibrado que acabou de ter.
Sim, você se desculpa por ter pensado isso e tenta desfazer emanando agora boas vibrações que no fundo não são totalmente verdadeiras.
Mas...
O tempo você sabe que te ajudará a esquecer... só não contava com o amigo e sua língua afiada tentando sabe-se lá o que. E repensa o poder das informações, principalmente aquelas não perguntadas.
A notícia se dissolve em sua vida tal qual anti ácido num copo d´água e shiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii lá se vai aquele lugar teu guardado exclusivamente para as boas memórias.
Está tudo ensopado de notícias da nova vida nova sem você e os planos.
E é exatamente nesse mundaréu de água alheia que você rema, sobre na prancha, pega uma onda, tira onda num tubo, e deixa ser levada até a areia, porque exatamente agora você percebe que a praia não era A melhor. E ganha pontos ao encarar-se de frente a um reflexo nessa água de notícias que nadar importa mais que ficar boiando de cara pra cima.
E o Khronos amigo teu abraça-te e deixa-te aos cuidados de ti mesmo.

Das notícias que não se pedem, pouco se fala, pois muito se constrói em pensamento.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Te extraño mucho.

Sim, experimentei ser amor, ter amor, compartilhar vida.

Começou num paraíso com banho de chuva e eu te amo.

Terminou como num verão intenso quando chove 3 dias ininterruptos.

Hoje fico com as lembranças do que foi e com a vontade do que ia ser.

Penso nos paradoxos, penso na feicidade, sinto o carinho e ainda possoo me lembrar do cheiro teu. Cada detalhe que faz falta eu sinto com saudade, carinho e raiva ao final.

Como superar o amor?

Com outro amor só indica a reprodutibilidade ou numa ideia menos fria, outro amor indica novidades. Mas novidades não são sempre novas.

Há coisas e sentimentos mascarados ou que mascaramos.

É difícil pensar nisso tudo com a mente carente, o coração ressecado, o olhar murcho. A vida está em sepia. E isso só é bonito na fotografia. Porque a vida pede cor, brilho, movimento.
Sei que sou amor.E o amor quer companhia, o amor nunca é só, mesmo se o amor morar em um único corpo.
O amor prefere ser compartilhado. E ele está em cada respiração do amante. Está principalmente no que sai: voz, gesto, lágrima, expressão, fluídos corporais, o amor é bem expressivo.
Sai pelos olhos, coração.
Cuidado quando aparece voizificado. Às vezes é só um disfarce, um desequilíbrio de alguém, mas pode ser dúvida também.
Mas principalmente, o amor quer ser morada. Ele não pode ser julgado, mandado nem exibido. Sabe-se que ao amor não se pede nada muito menos que fique.
Volátil, o amor se vai, para que não o guarde em lugar algum, o amor não é prendido, mas usado.
Usado até a exaustão, o amor pode ou não acabar.
Às vezes apenas dorme. Outras vezes muda de lugar e outras quer apenas visitar, passear e pode não querer voltar.
Sim.
O amor dividiu-se em milhões de partículas para caber em nós dois, mas não coube.
Se sobrou ou se faltou pedaços é uma interrogativa que não cabe. Provavelmente a fragmentação causou danos que só se reparam na completude de um terceiro.
Até quis ser 3 para distrair a solidão de ser só 2. Ele não quis a honestidade de ser livre porque preferiu a escuridão de enganar.
Desenganos são tristes. Parece morte. Aliás, é morte.
O que morre? A clareza, o gostoo pela transparência.
E a transparência não se mistura com as ambiguidades das palavras. Dizer todas as experiências do dia para o outro é diferente de ser honesto, limpo, verdadeiro.
O amor afinal é tão frágil e corajoso quanto escrever a lápis. Lápis é apagável, e se molhar não borra como a tinta da caneta.
A borracha até consegue apagar a grafite no papel, mas as marcas no papel recém apagado e no papel de baixo estarão presentes, como que dizendo "eu estou marcado pela outra página".
Agora devo escrever sobre a página afetada ou arrancar, amassar e jogar fora?
Quer saber, nem comprando outro caderno, ou seja, amando outra pessoa, as marcas de lápis serão extraídas.
Nada que foi afetado permanece como é.