Pra não ser limitado.
Entre aqui e alí vou me desprendendo. Com leveza para pensar e me interessar por tudo.
Passeando pela vida, Helena encontrou árvores que lhe dão mais ouvidos e traz mais paz e silêncio do que se pensou ter um dia. Em respeito, cuida de ouví-las de igual modo. Seu silêncio é ensurdecedor. É natural ser ouvidos e voz. Inteligente mesmo é ser menos voz. Pra ver o mundo todo conectado e sentir-se tão à vontade como é de fato de interesse do Universo.
terça-feira, 10 de setembro de 2013
Ato: o ver.
Despejo aqui os sentimentos sem nome,
meus companheiros noturnos.
De um jeito diferente.
Pode ser que nem aguente.
Tá difícil me conter,
fingir que dá para esquecer.
Raiva.
Confusão.
Pode ser um alívio, um desabafo,
ou até mesmo um grito-palavras...
Prefiro o tato, o cheiro, os olhos nos olhos...
Há uma porção de curiosidade, uma espécie de querer saber como seria.
Tento extrair essa cicatriz que rasga a cada foto...
Prefiro não saber que usas nossos apelidos inventados com carinho e amor (Isso dói).
Porque isso ainda dói?
Já se passaram dias e noites melancólicas, chorosas.
Há tanto para perguntar que só mesmo um olhar poderia responder.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
O que tem pensado sobre o outro?
Sobre o poder de cativar
Me peguei pensando nas incríveis pessoas conhecidas. Lembrei-me do início "mar de rosas" de toda amizade. Pensei também nos porque's delas sumirem, concluí que não há lógica nessa pergunta. Deve-se perguntar então o para quê das coisas. Para quê elas somem? É que a zona de interesse é muito volúvel e as opções variadas. Remeto-me à integridade, à lealdade ao que se promete, aos sentimentos despertados e deixados. É um troca-troca de pessoas... Eu quero me lembrar do que fica mas o que se foi é destacado. Daí me recordei da famosa frase: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas" A. S. Exupéry. Mas é que o outro normalmente só sai da sua zona de interesse para uma outra zona de interesse. E hoje, século XXI, tempos em que a aparência e a novidade ditam as regras sociais, fica cada vez mais complicado se dividir com o outro. Compartilhar o ser em tempos de compartilhar pseudo ideias é difícil, severo e perigoso. Cada um de nós, embebidos numa extrema vaidade, poderia, ao menos uma vez no dia, se perguntar: qual ideia está saindo da minha boca? Como tenho organizado meus pensamento? O que faço com as pessoas com as quais me relaciono direta e indiretamente? Esse exercício de reflexão poderia salvar o teu dia. Enquanto isso, sofro o corolário de me adaptar aos novos conhecidos e de me entregar ao novo.
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
Os lugares
Onde guardo as minhas lembranças, guardo também meu coração.Cada mergulho para dentro de mim sobressalta efeito reflexo do que não sou.
E não me confundo.
Me recordo dos pequenos momentos, dos grandes afetos, dos amores intermináveis só para mim, dos cheiros impregnados em minha memória olfativa, da expectativa criada por outro, do que eu deixei de ser para ser, me recordo principalmente das promessas (uma pisciana leva a sério promessas) e mais ainda das inúmeras juras de amor. Hoje, enclausurada nesses pensamentos, me tornei escrava do que deixei involuntariamente de ser.
Sinto uma saudade do que estava para acontecer e foi interrompido... chega doer o coração.
Procurei silenciosamente um abrigo, não encontrei, até cantei uma conversa, não consegui.
Hoje não há tormenta, nem reviravolta, não há suspiros nem inspiração. Esse lugar que sou parece querer continuar se derramando...
Hoje, só esperança renovada, pois o lugar que sou permanece.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Poeminha para encerrar.
"Correr o risco, apostar num sonho de amor.
O resto é sorte e azar.
E se por acaso for bom demais é porque valeu."
Cazuza.
Tentei programar meus sentimentos
Jurei nunca mais me enganar
Desperdicei meu tempo programando e jurando
Enquanto meu coração só queria amar.
Fiz do tempo um longe espaço
Arrebentei janelas do acaso
Sorri para a vida e disse sim
Mas juntei choro feito lago.
Amarrei promessas, lembranças
Dei um nó, fiz um laço.
Retirei a poeira do baú
Enquanto me recordava de teu abraço.
Recomeça o choro.
Teu cheiro, teus pelos, teu peso
Não pretendo outra vez me lembrar
Mas como não mais me atentar?
Inventei de com você conversar
Tudo muito raso, como suportar?
Inventei minhas próprias reinvenções.
E novamente os olhos, resolvi fechar.
Rimas fáceis, verbalizar o ar
Por sorte não sou lua, por efeito do Sol brilhar
Presa à orbita terrestre
Sem chance de mil vezes amar.
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Do não adeus.
De como uma notícia traz à tona uma espécie de sentimentalismo chocho.
É assim, você primeiramente não quer saber.
Depois dá uma curiosidade.
Aí você se convence a superar a curiosidade e transformá-la em indiferença.
Ok.
Tempo. Tempo. Tempo... e você já está amiga de Khronos.
Respira-se fundo, expira liberando ar quente.
Quente e ardido pois é preciso que saia.
Então, percebe-se um pouco de corrosão lá no teu íntimo, no mesmo lugar onde você sente friozinho na barriga às vezes. E sente que pomada não resolve.
Nem chá de umburana.
Depois do exercício de respiração e com o diagnóstico feito, você sente o amargor na boca, sente a língua dormente.
E logo sabe que não é um torrão de açúcar que adocicará.
Nesse momento a notícia impactou partes em você até antes desconhecidas.
Sim, há lugares em nós que não se abrem sem chave.
É o momento de recordar, de se enraivecer, de emanar más vibrações (porque não é honesto aqui dizer a mentira), de se comparar a um quê que você nem sabe o que e, de respirar mais fundo 10 vezes seguidas.
Então perceber cada pensamento desequilibrado que acabou de ter.
Sim, você se desculpa por ter pensado isso e tenta desfazer emanando agora boas vibrações que no fundo não são totalmente verdadeiras.
Mas...
O tempo você sabe que te ajudará a esquecer... só não contava com o amigo e sua língua afiada tentando sabe-se lá o que. E repensa o poder das informações, principalmente aquelas não perguntadas.
A notícia se dissolve em sua vida tal qual anti ácido num copo d´água e shiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii lá se vai aquele lugar teu guardado exclusivamente para as boas memórias.
Está tudo ensopado de notícias da nova vida nova sem você e os planos.
E é exatamente nesse mundaréu de água alheia que você rema, sobre na prancha, pega uma onda, tira onda num tubo, e deixa ser levada até a areia, porque exatamente agora você percebe que a praia não era A melhor. E ganha pontos ao encarar-se de frente a um reflexo nessa água de notícias que nadar importa mais que ficar boiando de cara pra cima.
E o Khronos amigo teu abraça-te e deixa-te aos cuidados de ti mesmo.
Das notícias que não se pedem, pouco se fala, pois muito se constrói em pensamento.
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