Passeando pela vida, Helena encontrou árvores que lhe dão mais ouvidos e traz mais paz e silêncio do que se pensou ter um dia. Em respeito, cuida de ouví-las de igual modo. Seu silêncio é ensurdecedor. É natural ser ouvidos e voz. Inteligente mesmo é ser menos voz. Pra ver o mundo todo conectado e sentir-se tão à vontade como é de fato de interesse do Universo.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Dos erros

Pegar o ônibus errado não foi o grande erro. Vieram os pensamentos organizados e a cidade brilhante amarelo. O céu pintado de azul-escuro-claro e nuvens laranja-rosa me prendiam aqui. Estava pouco preocupada onde eu ia parar. Só pensava em ir sem algum sorriso, sem alguma vontade expressa. Apenas queria sua mão na minha aqui e agora. Sei que daí tens toda a falta. Daqui não é diferente. Há os tropeços e inseguranças querendo nos devorar. Sabe o que faço com isso? Rio. O riso os diminui e o rio leva pro mar que é maior. Meus medos quiseram me consumir e em minha mente eu conversava com você. Um socorro telepático. Angustiada e ferida estou. O que fazer? Preciso me perder para me achar sozinha. Só há esse meio. Antes, as praças silenciosas e o banco vazio. Cresço e é num ônibus com um rumo sem sentido onde me distraio o suficiente para não estar em lugar algum. O silêncio dentro de mim estava ensurdecedor e mais uma vez ouvia tudo o que precisava ouvir. Seu colo se presente seria o mais quente dos refúgios e desabafos. Meus medos precisavam sair de mim. Ainda estão aqui como uma doença sem medicação. Inflamando. Tal como as horas passando e minha respiração acontecendo pacientemente à sua espera um jardim está escondido e nem mesmo me recordo o caminho. Imbutidos diálogos costuram-se para dormir com a cabeça vazia, ao menos, se o sono me abraçar esta noite. Conversas triviais, um mundo funcionando na ordem crescente, os seres menos humanos, as vidas alheias comentadas e julgadas... desnecessariedades! Engulo meu choro e entro em um ônibus, o retorno à casa... e guardarei tudo isso.

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Um comentário:

Se desprender do que não serve.