Passeando pela vida, Helena encontrou árvores que lhe dão mais ouvidos e traz mais paz e silêncio do que se pensou ter um dia. Em respeito, cuida de ouví-las de igual modo. Seu silêncio é ensurdecedor. É natural ser ouvidos e voz. Inteligente mesmo é ser menos voz. Pra ver o mundo todo conectado e sentir-se tão à vontade como é de fato de interesse do Universo.

sábado, 28 de agosto de 2010

Sábado monográfico.

Enquanto durmo crianças nascem.Do outro lado da rua, enfrente minha janela.

Passarinhos me acordam pela manha, já não ouço a contingencia dos carros e as bruscas freadas que parecem gritos histéricos de desespero frente ao quebramolas.

Um dia iluminado hoje. Céu claro e o Sol caprichando aqui no litoral sul da Bahia. Domingo vai dar onda e eu não vou ficar  trancada, parada nesse quarto do apartamento. 

Ser com o dia! Ser com a água salgada e os seres vivos presente.

Agora palavreio, leio mais que isso. Percebo um sopro vívido preenchendo minha respiração e embalando meus cabelos. É você chegando para mais um afago do dia.

Sei que agora dorme, por aqui crianças continuam a nascer, ora morrer... e está a sentir as brisas do sul convidando-o a celebrar a vida, o amor. Sentes os carinhos com amor, os desejos e declarações de amor, ouve a canção preparada por mim e dorme em meu peito.

Eis um problema para a Fenomenologia, descrever a saudade tal como ela é. Como pensar em essência da saudade se por si só a palavra gera o sentimento. Sei explorar o denso conteúdo da saudade, e reviver as recordações que invoco para auxiliar o pensamento e evitar que a saudade seja fogo consumidor de sentimentos.

Tomo um fósforo. Queimo com isto a resistência de permanecer no caminho. Sem família, amigos e todo o conforto de alguma familiaridade que a cidade possa ter. "Ame seu irmão." Diz a música que ouço agora. Precisamos amar. Me apego tão somente aos cenários que a natureza varia com seu ineditismo desde gênese. Poesia está aí. E não aqui preso no corpo do desenho das palavras.

Olho o céu e só vejo azul. E é de uma profundidade transcendente.

Vaguei poesia em meio a esboços. Fiz um prato frio e tomarei uma cerveja assim que ambos resfriarem do calor do dia.

Enquanto isso a maternidade a ejetar crianças.

Te contarei um segredo: a vida dói muito se passa por você e não você por ela.

Dói de desaventura, de quietude...


Vou 

voar

e

volto.


Um comentário:

  1. Então voe, Maya!
    Transcenda em mares e ares...
    Avoe alto, vá lá, de cima, e olhe para baixo...
    Adentre à música poética dos céus, dos mares, da vida, dos seres...

    Desprendo-me...

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Se desprender do que não serve.