Perdi-me quando resolvi mergulhar em mim.
De cá de dentro sei que não estou bem e sangro as feridas novas e velhas.
A voz que grita é medrosa.
O choro que não sai e fica preso na garganta é da alma suja.
Há uma imensidão caótica e nada parece querer realinhar-se.
Estou perdida em mim, de mim.
E não há setas, nem coragem para gritar.
Há pensamentos interrompidos pelos barulhos da distração.
Nem o abstrato nem o concreto.
Nem o real nem o natural.
Antes, tudo junto e embolado.
"... vem cá que tá me dando uma vontade de chorar, não faz assim, não vá pra lá, meu coração vai se entregar a tempestade..."
... e Ele está.
...
.
...
Ao menos algum cúmplice amador.
Entre aqui e alí vou me desprendendo. Com leveza para pensar e me interessar por tudo.
Passeando pela vida, Helena encontrou árvores que lhe dão mais ouvidos e traz mais paz e silêncio do que se pensou ter um dia. Em respeito, cuida de ouví-las de igual modo. Seu silêncio é ensurdecedor. É natural ser ouvidos e voz. Inteligente mesmo é ser menos voz. Pra ver o mundo todo conectado e sentir-se tão à vontade como é de fato de interesse do Universo.
sábado, 4 de julho de 2009
Que santo vai brigar por você?
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Dos erros
Pegar o ônibus errado não foi o grande erro. Vieram os pensamentos organizados e a cidade brilhante amarelo. O céu pintado de azul-escuro-claro e nuvens laranja-rosa me prendiam aqui. Estava pouco preocupada onde eu ia parar. Só pensava em ir sem algum sorriso, sem alguma vontade expressa. Apenas queria sua mão na minha aqui e agora. Sei que daí tens toda a falta. Daqui não é diferente. Há os tropeços e inseguranças querendo nos devorar. Sabe o que faço com isso? Rio. O riso os diminui e o rio leva pro mar que é maior. Meus medos quiseram me consumir e em minha mente eu conversava com você. Um socorro telepático. Angustiada e ferida estou. O que fazer? Preciso me perder para me achar sozinha. Só há esse meio. Antes, as praças silenciosas e o banco vazio. Cresço e é num ônibus com um rumo sem sentido onde me distraio o suficiente para não estar em lugar algum. O silêncio dentro de mim estava ensurdecedor e mais uma vez ouvia tudo o que precisava ouvir. Seu colo se presente seria o mais quente dos refúgios e desabafos. Meus medos precisavam sair de mim. Ainda estão aqui como uma doença sem medicação. Inflamando. Tal como as horas passando e minha respiração acontecendo pacientemente à sua espera um jardim está escondido e nem mesmo me recordo o caminho. Imbutidos diálogos costuram-se para dormir com a cabeça vazia, ao menos, se o sono me abraçar esta noite. Conversas triviais, um mundo funcionando na ordem crescente, os seres menos humanos, as vidas alheias comentadas e julgadas... desnecessariedades! Engulo meu choro e entro em um ônibus, o retorno à casa... e guardarei tudo isso.
...
...
Não eram só as paredes que estavam em outros lugares.
A brancura poderia ser qualquer coisa mais a certeza de uma obscuridade intrínseca me fazia engolir um choro agonizante. A alma fria, um sorriso amarelo, uma dança sem ritmo e uma ausência de fome. Ao menos um diálogo interessante. E não foi com a parede que se deslocou. Ela permanecia no mesmo lugar de sempre e eu não entenderia qualquer revida. Parece mas não é. Ás vezes dói mais por ser sem parecer. Os questionamentos da cabeça somem quando o que dói mesmo é o coração. Ser sangue e mágoa. E silêncio. Não há o que dizer. Há o Tempo e há tudo, sempre será assim. Deixo o fluxo dos acontecimentos amenizar, o sentimento costurar o que ficou aberto, a moral deixar de ser o controle. Ando com os pés nas nuvens e de lá só fujo pro lugar de sempre à espera da amada companhia poética e doce. Parece, por mais que não seja ou seja, pode ser ou vir a ser, que as minhas coisas nunca serão acabadas no sentido de completas. O meio do caminho é onde páro. Não sei se para ver, para abandonar ou se para curar e andar de outro jeito. Sei que páro. Sempre foi assim e não me convido a continuar sendo. Os tantos choros engolidos por toda a minha vida me fizeram a intolerante mais paciente que conheço. Os gritos nunca gritados, os verbos nunca conjugados como e quando deveriam ser... sou uma espécie de metade de mim mesma. A outra parte eu deixei guardada, ou protegida, ou escondida, ou resguardada no lirismo que me garante doses constantes de melancolia e saudosismo caótico. O Eu mais criativo guarda um pedaço dessa outra metade. Me fragmento. Assim os choros continuam a ser engolidos ou derramados nos travesseiros pelo caminho, os gritos contidos, os argumentos e a cara à bater sempre atrás da grande árvore que me ouve silenciosa, dançante. O caos consumindo meus pensamentos e comendo parte dele... nada se desenvolve. Fica no meio: entre o que é e o que não é ainda, por não ter deixado de ser. E as paredes continuam nos outros lugares sem alguma explicação. Nenhuma coisa foi dita. O branco não quis ser cúmplice.
A brancura poderia ser qualquer coisa mais a certeza de uma obscuridade intrínseca me fazia engolir um choro agonizante. A alma fria, um sorriso amarelo, uma dança sem ritmo e uma ausência de fome. Ao menos um diálogo interessante. E não foi com a parede que se deslocou. Ela permanecia no mesmo lugar de sempre e eu não entenderia qualquer revida. Parece mas não é. Ás vezes dói mais por ser sem parecer. Os questionamentos da cabeça somem quando o que dói mesmo é o coração. Ser sangue e mágoa. E silêncio. Não há o que dizer. Há o Tempo e há tudo, sempre será assim. Deixo o fluxo dos acontecimentos amenizar, o sentimento costurar o que ficou aberto, a moral deixar de ser o controle. Ando com os pés nas nuvens e de lá só fujo pro lugar de sempre à espera da amada companhia poética e doce. Parece, por mais que não seja ou seja, pode ser ou vir a ser, que as minhas coisas nunca serão acabadas no sentido de completas. O meio do caminho é onde páro. Não sei se para ver, para abandonar ou se para curar e andar de outro jeito. Sei que páro. Sempre foi assim e não me convido a continuar sendo. Os tantos choros engolidos por toda a minha vida me fizeram a intolerante mais paciente que conheço. Os gritos nunca gritados, os verbos nunca conjugados como e quando deveriam ser... sou uma espécie de metade de mim mesma. A outra parte eu deixei guardada, ou protegida, ou escondida, ou resguardada no lirismo que me garante doses constantes de melancolia e saudosismo caótico. O Eu mais criativo guarda um pedaço dessa outra metade. Me fragmento. Assim os choros continuam a ser engolidos ou derramados nos travesseiros pelo caminho, os gritos contidos, os argumentos e a cara à bater sempre atrás da grande árvore que me ouve silenciosa, dançante. O caos consumindo meus pensamentos e comendo parte dele... nada se desenvolve. Fica no meio: entre o que é e o que não é ainda, por não ter deixado de ser. E as paredes continuam nos outros lugares sem alguma explicação. Nenhuma coisa foi dita. O branco não quis ser cúmplice.
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