Passeando pela vida, Helena encontrou árvores que lhe dão mais ouvidos e traz mais paz e silêncio do que se pensou ter um dia. Em respeito, cuida de ouví-las de igual modo. Seu silêncio é ensurdecedor. É natural ser ouvidos e voz. Inteligente mesmo é ser menos voz. Pra ver o mundo todo conectado e sentir-se tão à vontade como é de fato de interesse do Universo.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

O banquete da filósofa em dia de aniversário.


No parque dos Deuses sentei-me à mesa com os conselheiros e com eles aprendi mais
silêncio, porém um silêncio de alma.

Conversei com a orquestra e soube que minha voz é como a do passarinho, eu só preciso voar mais pra ver mais e não hesitar em cantar.
Senti fotografando o Sol e seus raios que a beleza que há nas coisas está em mim. Sou beleza, sou vida.
Tomando um cálice de vida, senti-me nuvem. Senti o que é ser espessa, grande, pesada, cheia, passageira. Vi em mim, que levo tanta água como nuvens levam. Derramo vida bem como tragédia. É só eu escolher.
Conversei com o trovão, ele me disse que eu preciso esbravejar, isso me trará brilho e em muitos casos em minha vida (considerando meu estado pacífico constante) respeito.
Preciso ser voz. Soltá-la sem medo.
O vento gosta de mim, ele leva minhas mensagens e meus sentimentos em energia com muito prazer. Ele quer mais de mim, e terá.

Foi um longo banquete.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

É pesado. Não há paz.




Perceber o Amor é vivê-lo tão naturalmente que entende-se uma vida completa.

Há tempestade aqui dentro. Há ranger de dentes.
E a solidão da falta do seu ombro amigo.
Que massacre ocorrido numa noite calma estrelada.
A lua derrama-se. Está pasma com os erros.
Fique em mim.
Como eu quero: para sempre.

É tanta água no seu olho...


Amo.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Respostas

Para a inspiração me foi bom e necessário ler algumas cartas de Rilke.
Enquanto estudante de Filosofia, percebo uma semelhança entre as minhas críticas e a crítica rilkeana acerca dos trabalhos estético-críticos. É uma porção de modismo, de conceitos flexíveis e pessoais.
Sim, se entender com a natureza e escrever com humildade e simplicidade de dentro para fora é sem dúvida dar asas à inspiração e poetizar com maestria. Muitos são bons, brilhantes. Ser único é se mostrar a si mesmo, é mostrar conhecimento sobre si mesmo, as coisas e a natureza.
E se escrever for fundamental na sua vida, escreva. Não pare nem se a tinta acabar.

Carta de 16 de Julho, 1903
"...viver em recolhimento para alcançar sublimes êxtases."
Daqui ouço teus lamentos e repetições. Tento entender a frustração.
Confesso que há explosões e implosões. Inclusive a ausência disso. E o remédio é a reciprocidade. Há tempos e temperos que necessitam ser experimentados em banho maria. Ou quem sabe se joga em fogueira acesa. É conviver, é estar completamente a vontade. É não saber da surpresa mas estar preparada e entendida. É dominar ou deixar ser dominado com leitura suficiente inequívoca dos hábitos e da energia desprendida. É um não acumulo de chateações para não haver retaliações. Basta o tempero na medida. Só não confundir e estar no mesmo nível de coração aberto. Se o dia não chega tem que se pensar que não se mede por escalas lineares se tudo é cíclico.

Carta de 23 de Dezembro, 1903
"A solidão é fera, solidão devora..."

Procurar em si mesmo e nada encontrar é de fato, tédio. E isso só é bom quando se quer esvaziar a mente, provocar sensações novas e meditar. Reconstruir-se. Lembrar que a solidão é inerente e não há estrago nisso. É ser humano ser só. Os agrupamentos são pura questão de sobrevivência. E para quê sobreviver em grupo se o grupo é laranja podre na cesta?

Sétima carta de 14 de Maio, 1904
"Amar é antes uma oportunidade, um motivo sublime, que se oferece a cada indivíduo para amadurecer e chegar a ser algo em si mesmo; para tornar-se um mundo, todo um mundo, por amor a outro”.

É olhar para si mesmo e perceber que a completude da sua imperfeição se dá pelo Amor sentido, quisto e obtido. Há menos solidão assim.

"Nada que faça pensar num complemento ou limite, senão sómente em vida e em ser: o Humano feminino”.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Longe demais.

Há certas atitudes inadimissíveis, perdoáveis entretanto.
Que saudade mata gente bem sabe-se. O que não se quer sentir é desespero.
É questão de força. Muita força. Tiradas da alma, do além humano.
Necessário esvair-se de conceitos concebidos em berço, em caminhar no mundo com tantos outros, é esvaziar a lixeira da mente e não deixar restar nada que seja humano, demasiado humano.
Sentimentos. Que é do sentir. Provém do externo para o interno que retorna ao externo. As palavras apenas tentar interligar. Mas de nada servem.
Atrapalham.
Quando o que é relevante é sentir, e mais nada deveria ser razão.
Paranóias delirantes.
Laranja da cesta.
O paraíso de viver e sentir.
"O abismo que é pensar e sentir."
Um grito me vem à garganta mas a força do silêncio me faz engolir a seco os pulos verbais. Os saltos dialéticos num diálogo monótomo e repetitivo.
Tenho vontade... não coragem.
Fica a pergunta.
Tudo delicado para se dizer. Ainda mais quando se diz que não se sabe o que diz.
É perigoso ajudar quando não se quer ajuda. Ouvir quando se quer falar.
Silencio a minha voz e aquieto os pensamentos.
Evito a tempestade.
Quero o mar e o estrondo das ondas arrebentando a areia.
Sou areia. Espalhada miúda. Húmida.
Para a vida é só posar. O mundo não exige nada.
Um vídeo. Várias poses no fim. Para o início de um nada exigido.

http://www.youtube.com/watch?v=ulF5vgWY2pM

Vanessa da Mata.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Somos tão jovens...


Nem foi tempo perdido.
Estranho se não fosse assim: cansada, perdida, com saudades de tudo, enjoada de tudo, querendo alcançar tudo.
Tudo significa muita coisa mesmo.
Dobro.
Tinjo.
Desboto.
Exponho meu modo.
Me mostro.
Disfarço.
Sempre e sempre.
Para não me revelar.
Há um estrago de tempo.
Basta.
Me basta.
Bata na porta e estarei sorrindo.
Só não abra a janela.
Nem cortinas, nem vento.
Uma quentura sufocante de receio e angústia.
Não vai passar ainda.
Expectativas aquietadas, para evitar a preocupação.
Não adianta.
A sala de espera e a tortura das horas.
O carnaval chegando e já me preparando para o bloco.
Que não seja do Eu sozinho.
Não mais.
Há quatro anos atrás.
Show dos Rolling Stones, pizza, e o cd intocável do U2.
GG e Los Hermanos.
E esse ano não vai ser igual àquele que passou.
4 anos e o que muda?
Há tanto...
E tanto.
...
1 ano e o que me mudou?
Uma vida compartilhada.
A 2 tudo fica mais fácil.














Tive um pressentimento...


...

Sei apenas isso.

Nada.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Olhando o pensar.

Palavras são nada.
Fazem sentido algum.
São pura tentativa de desenhar o pensamento.
Seria mais feliz apenas olhando.

Quisera olhar e ser entendida.
Como quando se toma um doce com a pessoa apropriada.

Coisa mais feia se expor dessa forma.
¬¬

Palavras... no final elas ainda se voltam contra você.